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Arquitetos: MATERIA
- Ano: 2022
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Fotografias:Jaime Navarro
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto faz parte do patrimônio e propriedade original da "Quinta Montes Molina", localizada em Mérida, Yucatan, México. A casa foi originalmente construída em 1906 e tornou-se um ícone arquitetônico e marco do Paseo Montejo, a avenida mais conhecida da cidade, onde a maioria das casas da virada do século foram construídas durante o auge do sisal.
Em 2000, a casa começou a receber eventos sociais importantes em seus jardins. Em 2006, abriu também como museu, exibindo todos os seus artefatos, móveis originais e obras de arte. Em 2015, o escritório Materia foi responsável por projetar um pavilhão para receber eventos sociais e culturais, integrando a nova arquitetura ao edifício existente. O pavilhão foi premiado posteriormente com a Medalha de Prata na Bienal de Arquitetura da Cidade do México 2015.
Esta distinção provocou uma mudança na vocação da casa, levando a família a se tornar uma instituição com um papel em prol da cultura e da comunidade. Em 2016, Materia foi encarregado de projetar um estacionamento na parte de trás da propriedade. Uma série de estudos e análises do plano diretor revelou uma grande oportunidade para gerar valor e expandir o legado e as possibilidades da casa. Materia propôs um Centro Cultural que levou 6 anos para desenvolver seu planejamento, modelo de negócios, finanças, projeto e, finalmente, construção. Uma série de viagens e visitas a museus similares nos Estados Unidos levou a uma compreensão mais profunda dos programas e espaços necessários para todo o projeto, ao mesmo tempo em que estabeleceu conexões relevantes com instituições afins.
O projeto foi implantado atrás de uma linha de árvores antigas existentes, reiterando o objetivo de não ser um objeto, mas uma série de espaços entrelaçados por portais e beirais. Colunas e pórticos emolduram as vistas dos jardins, pavilhão e casa, criando um pátio central que envolve um espaço público. A linguagem arquitetônica é composta e expressa pela estrutura, comunicando sua montagem tectônica e criando superfícies para receber luz e fundir sombras em um ambiente natural em constante mudança. Todo o concreto pré-fabricado foi feito localmente em colaboração com os agregados regionais. A pedra utilizada também é nativa da região. O trabalho de vidros, marcenaria e detalhamento do concreto funciona como uma reinterpretação da ornamentação da casa, ao mesmo tempo que atesta seu método de montagem e fabricação.
O programa interno inclui uma galeria de arte enterrada, um restaurante, uma livraria (que será inaugurada no outono mexicano de 2022), espaços para oficinas, escritórios, espaços de cozinha para catering e um cinema de arte (2024). A galeria de arte serve como um espaço de transição entre os jardins e a praça do centro cultural. Também abriga um terraço ao ar livre em sua cobertura. Esculpir este espaço no solo ajudou a preservar a identidade dos jardins e o espaço aberto ao redor da casa e do pavilhão, ao mesmo tempo em que viabilizou uma maneira passiva de administrar a luz natural e o resfriamento interno.